Terça–feira de conversas pelo Projeto Retratos Contemporâneos
November 9, 2016O Centro Cultural Sesc Boulevard recebeu na noite de ontem (08) os artistas Armando Sobral (PA), Éder Oliveira (PA), Ernesto Bonato (SP) e Fábio Baroli (MG) para uma conversa com o público sobre retratos pictóricos. A ação abriu a programação do Projeto Retratos Contemporâneos, proposto por Éder Oliveira e viabilizado pelo Programa Rede Nacional Funarte de Artes Visuais 2015, do Ministério da Cultura. O encontro foi mediado pela curadora Marisa Mokarzel.
A roda de conversa nasceu de “uma vontade antiga de interagir com mais pintores e outras pessoas que retratam a figura humana”, contou Eder. Ele já conhecia há muito o trabalho dos artistas convidados e os usava como referência em seus estudos.
O compartilhamento de experiências é o objetivo central do projeto. “A troca em arte é rica e importante, não só entre os artistas”, ressaltou Fabio Baroli. O artista mineiro trabalha atualmente o retrato em um contexto maior, inserido dentro das cenas cotidianas pintadas por ele. Fora do formato tradicional, possui várias narrativas e situações dentro de um único quadro.
Fabio se diz um “colecionador de imagens” e usa a fotografia como apoio no processo, numa mistura de significados cujo objetivo é a pintura. A arte e o trabalho do artista. O processo é tão importante quanto o resultado final. “O trabalho que a gente faz em arte se torna meio que autobiográfico, retratar o outro também é retratar a si”, refletiu.
UMA FIGURA QUE SOBREVIVE
“Eu tenho uma preocupação muito forte em trazer temas da minha realidade para aquilo que eu represento”, contou Armando Sobral. O processo de realização do seu trabalho começa pelo desenho e se apoia muito na história da arte.
O retrato está ligado à memória. Tirar imagens da voracidade da cultura digital do século XXI e se debruçar sobre elas em uma pintura de cavalete “é até um certo anacronismo”, afirmou o artista. Com as pinceladas são depositadas camadas de significados.
Ernesto Bonato passou a se dedicar à pintura de retrato recentemente (2010). Ele afirmou que esse “é o campo de maior dificuldade, justamente pela curiosidade que nós seres humanos sempre tivemos pela nossa imagem”.
Se perceber e perceber aquilo que está perto de você. Bonato pinta modelos vivos e segundo ele, “a pintura de retrato é um olhar duplo, um olhar para dentro e outro para fora. O encontro com o modelo é propicio para esse tipo de vivencia”.
Um tempo que se alonga, condensa e acolhe a simultaneidade. “A pintura feita da observação direta é uma segmentação de vários momentos”, finalizou.
PROGRAMAÇÃO
Durante a semana Praticas Abertas serão realizadas com os artistas convidados, além de visitas à ateliers de Belém.
*Por Debb Cabral (ASCOM)